terça-feira, novembro 30, 2004

Flagrantes da Vida Real

Vendo-me confrontado com 45 minutos de espera, no outro dia, decidi entrar numa livraria tencionado passear pelos títulos, capas e ìndices de publicações. Sem estar a procurar nada, especificamente. Eis que o funcionário zelozo me pergunta
- "Posso ajudar?"
Não querendo dar a ideia de estar ali a passar o tempo inquiri:
- "Tem edições fac-similadas?"
- "Como?", retorque ele.
- "Fac-similes", respondi eu.
- "Só um momento"
informa o livreiro enquanto se dirige ao computador. Acabrunhado, regressei à minha passeata , arrependendo-me de ter entrado no estabelecimento. Pouco depois regressa o homem dizendo, lamentosamente:
- "Não, não temos nada desse autor..."

O nosso Portugal dos pequeninos...

sábado, novembro 27, 2004

Concursos com Imagem Digitalizada (II)

Já me referi anteriormente aos "concursos com imagem digitalizada" (post de Quinta-feira, Dezembro 25, 2003). Pareceu-me pertinente destacar este em particular já que, descarada e legalmente, dispensam a posse do grau de mestre para uma vaga de professor-adjunto.

Reza um excerto do Edital:
"Ao concurso serão admitidos os candidatos que reúnam as condições previstas no artigo 18º do Decreto-Lei nº 185/81, de 1 de Julho, possuam licenciatura em Educação Visual e Tecnológica ou Audiovisuais e currículo técnico ou profissional relevante em leccionação de disciplinas na área de audiovisuais, sistemas audiovisuais e realização e pós-produção audiovisual."

Lendo, integralmente, o edital do concurso descobre-se que não consta, em lado nenhum, a referência às palavras "mestre" ou "mestrado". Mas a alusão ao Decreto-Lei nº 185/81, de 1 de Julho ("Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico") levaria o incauto leitor, e eventual concorrente, a pensar que a posse do grau de mestre era um requisito indispensável. E onde está, explicito, esse requisito no referido D.-L.? Entre outros:
1. na alínea c) artigo 17.º;
2. no ponto 1 do artigo 7.º;

Mas esperem... nenhum desses artigo é citado no edital deste concurso... é, outrossim e convenientemente, o 18.º. O que diz este? Diz que:
"Aos concursos de provas públicas para recrutamento de professores-adjuntos para área de ensino predominentemente técnica poderão apresentar-se:
a) os candidatos referidos no número anterior desde que disponham de currículo técnico ou profissional relevante;
b) os candidatos habilitados com curso superior adequado que disponham de currículo técnico ou profissional relevante"
(isto é, uma licenciatura).

Por outras palavras, dispensa-se o mestrado para um concurso para professor-adjunto (disfarçado de "provas públicas"). E legalmente. Acresce que a "licenciatura em Educação Visual e Tecnológica" é um curso de formação de professores leccionado pelas Escolas Superiores de Educação (cujo título é antecedido por "Professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico") pelo que, "técnico" não seria o atributo que mais se lhe enquadraria...

Não será complicado constatar a existência de, pelo menos, um candidato que, na escola onde abre o concurso, possui exactamente essa licenciatura, lecciona as disciplinas referidas no edital e não possui o grau de mestre...

Eis um dos muitos "concurso com imagem digitalizada" que caracterizam o nosso sistema...

E assim vai este Portugal dos pequeninos... bem pequeninos...

sexta-feira, novembro 26, 2004

Arbitrariedades na interpretação da lei sobre prioridades no atendimento em serviços públicos. O que é uma "criança de colo"?

INTROITO 1:
O ponto 1. do Artigo 9.º ("Prioridades no atendimento") do D.-L. n.º 135/1999 publicado no D.R. nº 94, I-B Série de 1999.04.22 estipula que "Deve ser dada prioridade ao atendimento dos idosos, doentes, grávidas, pessoas com deficiência ou acompanhadas de crianças de colo e outros casos específicos com necessidades de atendimento prioritário". Tal prioridade aplica-se, diz o ponto 2. do Artigo 1.º do mesmo D.-L. "a todos os serviços da administração central, regional e local, bem como aos institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados do Estado ou de fundos públicos". Parece claro não? Ora bem, o que são "crianças de colo"?

INTROITO 2:
Todos sabemos que as lei portuguesas quer por especificidades de sintaxe, redacção, conveniências pessoais ou institucionais ou novas realidades a que o legislador não se apercebeu ou esforçou por actualizar, presta-se a diferentes interpretações. Surgem, então, os famigerados pareceres jurídicos onde os doutos juristas ou meros causídicos peroram sobre o que consideram ser o "espirito da lei" quando formulada pelo legislador, isto é, o que o legislador teria em mente quando a redigiu. Neste país, tais pareceres, por vezes regiamente pagos, conseguem, aqui e ali, ter alguma jurisprudência e atingir os seus fins. Na maior parte dos casos, a administração central ou local, caso o parecer seja contrário às suas intenções, "faz orelhas moucas" ao conteúdo dos textos, sucedendo-se, por vezes, um processo legal que demora longos meses

Ora ocorre que o mencionado D.-L. não especifica o que são "crianças de colo". Parecendo consensual que um bébé de poucos meses é uma "criança de colo", já que manifestamente, pela tenra idade, não aparenta ter meios para se deslocar senão pelo colo de um adulto ou pelo carrinho de bébé, o que dizer de uma criança que, não se enquadrando na categoria, sempre subjectiva de "bébé", já dá alguns passos e equilibra-se, autonomamente, de pé? O que dizer de uma criança de 18, 19, 20 e até 24 ou mais meses de idade? É uma "criança de colo"?

Vem isto a propósito de duas visitas que tive que fazer recentemente às instalações da Segurança Social e do Centro de Emprego da minha área. Tendo assuntos a tatar em cada um deles, reservei dois dias seguidos para o fazer. Como o meu filho de 19 meses não tem estado no infantário por estes dias, tive que leva-lo comigo. Ora, o pimpolho dá uns passos e caminha autonomamente mas numa velocidade incompatível com a pressa que caracteriza os meus afazeres diários e tropeça constantemente se não for amparado pela mão. Pelo que transporta-lo ao colo não é, por estas dias mas desejavelmente cada vez menos, uma realidade que me seja estranha. Pensei: "Pelo menos com o miúdo não estarei sujeito às longas demoras de horas que, fatalmente, caracterizam as visitas aos serviços supra-citados, já que me será dada prioridade". E estar horas à espera- já de si um suplício - agrava-se se estivermos com uma criança impaciente, ensonada e, eventualmente, esfomeada...

Visita ao Centro de Emprego. Bem afixado está o aviso das prioridades e a referência ao D.-L.. Assevera: "Terão prioridade de atendimento: (...) mães que transportem crianças ao colo". Mães?? Então e eu?? Sou um pai?! Pulularam-me, às volutas, três pensamentos:

a) de como é espalhada uma imagem de que só o homem é que é o agressor nos casos de violência conjugal e/ou mulheres vitimas de violência;

b) de como os juízes - dizem - tendencialmente escolhem as progenitoras nos casos de atribuição do poder ("paternal"??) sobre os filhos em detrimento dos progenitores;

c) se deveria ir a casa, vestir-me de mulher, maquilhar-me e regressar ao Centro de Emprego.

Envergonhadamente, dirigi-me ao segurança de plantão e inquiri-o se, no meu caso poderia beneficiar de prioridade no atendimento já que tinha, obviamente, o par de cromossomas errado. A questão do género do pai foi rapidamente esclarecida: "diz mães mas também poderia dizer pais...". "Ah... pois, está bem...", pensei, "muito esclarecedor". Mas a coisa não ficava por ali. Restava saber se o meu filho se tratava de uma "criança de colo"... e eis que surge o que me leva a escrever este blog: o funcionário zeloso inquiriu onde estava o catraio, observou-o por longos segundos e, numa, alocução hesitante afirmou: "sim... venha comigo...". E pronto. Fez-se luz... lei, aliás. Beneficiei do postulado na lei. Mas estranhei... "então o meu filho ficou sujeita ao arbitrio subjectivo de um segurança para verificar se se enquadrava nos cânones de criança de colo?". Pronto. Tendo beneficiado de atendiento prioritário não pensei mais nisso.

Visita ao centro local da Segurança Social. Chegado cedo e constatado a existência de uma fila de dezenas de pessoas, lá estava o aviso sobre as prioridades. Rezava: Terão prioridade de atendimento: (...) os portadores de crianças ao colo". Que felicidade! Já não segregava os progenitores mas antes, ainda que sob uma forma masculinizada, o que eu pensava ser, qualquer pessoa que se faça acompanhar por uma "criança de colo". Dirigi-me, desta vez mais decididamente, ao segurança de plantão, e invoquei, educadamente, a posse do atributo de prioridade. E eis que nova avaliação do pimpolho foi necessária! Não entrei em pânico. O miúdo não estava no meu colo mas sossegadamente sentado numa cadeira. O funcionário zeloso mirou o pirralho... aproximou-se... dobrou o tronco e virando-se para mim inquiriu: "Já anda?". "Bem...", retorqui eu, algo pasmado, "Dá uns passos...". Eis que o amarfanhado homem vira-se de costas para mim e diz, pronta e afirmativamente: "Tem que esperar" Tem que esperar!". Como é?? Já não é uma "criança de colo"?? Eis como se aplica, aqui e ali, a lei nos nosso serviços públicos: sujeita à mais subjectiva arbitrariedade de funcionários! E esperei 3 horas para ser atendido.

E assim vai o nosso Portugal dos pequeninos...

segunda-feira, novembro 22, 2004

Trabalhos de casa: bem ou mal? E necessário?

A notícia sobre a greve aos trabalhos de casa publicitada recentemente em alguns órgãos de comunicação social não parece, para já, ter despoletado qualquer posição defensiva por parte da classe docente através das respectivas associações. Talvez por a considerarem relativamente inofensiva. O mesmo já não sucede com a CONFAP, confederação de pais e encarregados de educação.

Quer se chamem "deveres", termo conhecido para aqueles que, como eu, ainda frequentaram a escola do Estado Novo, quer assumam a sigla actual e moderna de "T.P.C.", o assunto nunca foi, tirando uma ou outra discussão, palco de qualquer polémica. Os docentes universitários Eduardo Sá e Mário Cordeiro, classificam-nos de uma "penosidade", uma "tradição angustiante do dia-a-dia escolar" ("JN", 20/11/04) ou ainda "uma agressão aos direitos da criança" ("Expresso", 20/11/04) e ancoram esta denúncia a uma greve a estes trabalhos escolares a cumprir no Sábado. Também recentemente, Júlio Machado Vaz, em entrevista radiofónica, se pronunciou negativamente sobre estes trabalhos de casa. Tanto uns como outros argumentam que os trabalhos de casa roubariam tempo à brincadeira, ao descanso ou àquilo a que o mundo anglo-saxónico chama "quality time" entre pais e filhos.

Tradição implantada, as tarefas escolares que os professores marcam para que os estudantes façam em casa já se naturalizaram na rotina pedagógica.

Do ponto de vista do professor é vantajoso que os estudantes dediquem algum tempo, pós horário escolar, àquilo que por vezes se chama "consolidação das aprendizagens". Quer se trate de aplicar conhecimentos recentemente ministrados, quer se trate da mera prática de exercitação e treino, os trabalhos de casa têm um valor pedagógico indesmentível.

Do ponto de vista das crianças, a inculcação do hábito de fazer primeiro as obrigações e só depois a brincadeira nada tem de mal, ainda que que esta aspecto não seja, de modo algum, específico dos "TPC".

Do ponto de vista dos pais também assumem um papel relevante. Imersos em vidas profissionais atarefadas, os encarregados de educação encaram os trabalhos de casa (tal como nos manuais escolares), como uma forma de tomar conhecimento, ainda que fugaz, daquilo que se vai ensinando na escola dos seus educandos. E mesmo que sintam uma certa frustação por os trabalhos de casa não assumirem uma "configuração pedagógica" semelhante àquela que tinham no seu tempo de estudante, obrigar à sua execução, ajudar a fazer os "TPC" (ou mesmo faze-los), ou ainda, apenas dar uma breve olhada nos mesmos, cumpre uma certa função que descansa as consciências: a assunção de ter contribuído para o apoio escolar doméstico que os cânones sociais dos "pais educadores" aconselham. Simultaneamente cumprem uma função de controle: se é difícil ir às reuniões de pais ou falar com a professora deslocando-se à escola, os "TPC" restam quase como única via para estar, e sentir-se, envolvido minimamente na vida escolar dos educandos. A situação vai ainda mais longe: na verdade, muitos dos encarregados de educação que se queixam do excesso dos trabalhos de casa são os primeiros que, por um lado, vêem neles a possibilidade de serem "deixados em paz" enquanto os miúdos estão ocupados na sua execução e, por outro, são aqueles que mais usam o pretexto "fazer trabalho de casa" para transmitir às crianças um futuro negro profissional e socialmente, via insucesso escolar, se aquelas não lhes dedicarem tempo a faze-los. E a classe docente sabe disto tudo. E, qual cúmplice não declarada, cumpre a sua função marcando os famigerados "TPC".

Esta situação, por mais penosa que possa ser, encontra, então, explicação cabal para desaconselhar a extinção pura dos trabalhos de casa.

Todavia, a actual escola, sobretudo aquela que antecede o ensino superior, é caracterizada por extremos: entre muitos outros, excesso ou falta de alunos, excesso de disciplinas, falta de professores, horários e mochilas sobrecarregados, salas exíguas e demasiado quentes ou frias, falta de laboratórios e instalações desportivas e/ou parcamente equipados e muita, muita desmotivação da classe docente. Por tal, "Absurdos" ("JN", 20/11/04) não são os "TPC". Absurda é, em grande parte, a escola no modo com está organizada e rotinizada.

Com a profusão de tarefas que os professores marcam para casa obrigam a uma quantidade de tempo não despicienda. Considerando a hora a que os pais chegam a casa, os tempos e rotinas domésticas de preparação das refeições e o ritual dos pais para obrigarem os miúdos a faze-los, não raro, os "TPC" constituem um momento de stress angustiante quer para os progenitores quer para os estudantes. Frequentemente, são os pais, eles próprios, que cumprem as tarefas escolares domésticas chegando mesmo, em certos casos, a imitar a caligrafia dos educandos, numa tentativa de abreviar, para si próprios e para os miúdos, a penosidade da tarefa. Tudo isto não é alheio aos docentes, muitas vezes também eles próprios encarregados de educação sujeitos à mesma realidade.

A agravar a situação está a natureza dos próprios trabalhos de casa: cada vez mais feitos na lógica de um "currículo pronto-a-vestir", as tarefas domésticas escolares assumem-se, cada vez mais, como exercícios tirados dos livros adoptados (ou, frequentemente, fotocopiados dos mesmos) ou ainda meros prolongamentos da lógica imposta pelos manuais escolares. Porque os "TPC" são, na essência, como afirmam os professores universitários supracitados, "iguais aos que eram feitos há 40 anos" ("Público", 21/11/04). Pelo que não admiram as conclusões de Etta Kralovec e John Buell no estudo "O Fim dos Trabalhos de Casa. Como os Trabalhos de Casa Desestabiliza Familías, Sobrecarregam Crianças e Limitam a Aprendizagem" ("Público", 21/11/04). Impõe-se uma lógica que faça dos trabalhos de casa mais um trabalho de investigação do que uma mera repetição dos exercícios da sala de aula, que promovam uma inteligência prática e uma indagação científica mas ancorados em situações quotidianas naquilo a que há muitos anos se designava de "lição das coisas" em detrimento do "velho sistema de repetição árida" de que nos falam Eduardo Sá e Mário Cordeiro ("JN", 20/11/04). E que, na medida do possível, envolvam os pais pelo que se lhes impõe uma reconfiguração curricular que não pode, de modo, algum, simplesmente importar as tarefas dos trabalhos de casa dos livros escolares ou da imensa parafernália de para-manuais escolares que as editoras vêm, em catadupa, publicando desde há alguns anos para cá.

O problema não está, concluindo, no tempo que os trabalhos de casa ocupam mas na qualidade dos mesmos. E que, na senda de um bom senso pedagógico, se marquem com conta, peso e medida. A este nível, entre 30 minutos diários, começando pelo 1.º Ciclo e indo até aos 60 minutos diários no ensino secundário não nos parecem excessivos.

Ah, e já agora, deixem as crianças brincar ao fim-de-semana

sexta-feira, novembro 19, 2004

Pergunta do(r) referendo


"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais [ "Ó meu Deus! Tenho que pregar um botão neste casaco ainda hoje..." ], a regra das votações [ "Será que o Manel foi à lavandaria?" ] por maioria qualificada [ "O raio do miúdo que não há mania de fazer direito!!" ] e o novo quadro institucional [ "O totoloto!! Que horas são??!" ] da União Europeia, nos termos constantes [ "Olha a senhora Gracinda! Lá vai ela votar toda espevitada! Se o marido soubesse..." ] da Constituição para a Europa? [ "Quê??!! " ]"

segunda-feira, novembro 08, 2004

"Guerras de Rintintin e Almajona"

Anónimo enviou-me este diálogo fictício entre crianças. Ele espelha uma situação que testemunhei (e o seu autor, depreendo, também) e que acho caricata.

É uma private joke limitada a quem percebe o seu contexto. Por tal peço desculpa ao pouco ou nenhum "público em geral" que vem a este blog. Reza assim:

"Guerras de Rintintin e Almajona - episódio I

Cenário: sala dos 3-5 anos do Jardim de Infância "A Pérolazinha"
Nandinho Gastar - As minhas pérolas xão mais lindas c'as tuas...
Nino Ito Alves - Mas o meu pai disse c'as minhas bieram do estrangeiro e xão milhores...
Nandinho Gastar - O teu pai num xabe nada... ele num andou na unibersidade...
Nino Ito Alves - Andou! Andou! Ele tem mais unibersidade c'o teu!
Nandinho Gastar - o teu pai nem tem a xédula da unibersidade..ó!
Nino Ito Alves - Tem! Tem! Ele é econonumicista da econumícia! O teu é c'a num paga os seguros da doença!
Nandinho Gastar - o meu pai num tem doenças! Êle diz c'o teu pai só sabe dar ordens e num faz nada!
Nino Ito Alves - O meu pai sabe muito da unibersidade! Ele dá ordens porc'o teu pai num sabe mexer bem no dinheiro. E o meu pai é mais rico c'o teu!
Nandinho Gastar - O meu pai mexe no dinheiro e num precisa das ordens do teu pai! O teu pai num fala direito, é é!
Nino Ito Alves - O meu pai bate no teu! Ele tem unibersidade a sério! O teu pai tem diplomas d'unibersidade que num são berdadeiros...
Nandinho Gastar - O meu pai diz c'o teu pai anda xempre c'uma carteira na cintura muito foleira! Num pode ter unibersidade axim...
Nino Ito Alves - Tu és mau! O meu pai bate muito no teu se ele quiser! E o meu pai tem cabelo! Nhâ!
Nandinho Gastar - Ah! O meu pai foi à escola do teu para bater no teu pai e ele não estava lá! Ah! Ele fugiu! Nhâ!
Nino Ito Alves - O meu pai diz que o teu pai já pode ir à escola do meu pai e o meu pai vai bater no teu pai!
Nandinho Gastar - O meu pai diz que o teu pai tem uma barriga grande e num sabe bater! E o meu pai é forte!
Nino Ito Alves - O meu pai tem cabelo e o teu pai tem pouco! O teu pai num pode ser forte!
Nandinho Gastar - O cabelo do meu pai é tão bom como a unibersidade do meu pai! E o teu pai num corre depressa por causa da bolsa e as calças no fundo do cú!
Nino Ito Alves -O meu pai diz c'o teu pai só sabe dizer mal pelo correio do computador! E dá erros! E o meu pai num tem calças no fundo do cú! Tem o teu!
Nandinho Gastar - O meu pai bai ao tribunal e meter o teu pai na cadeia! Na na na na na na!
Nino Ito Alves - Mas o meu pai é amigo do presidente da junta e os dois vão mandar o teu pai embora! Na na na na na!
Adrianito Gordão - Eu é que sou o presidente da junta! ÓÓÓÓÓÓ mããããããããããããããeeeeee!!!!!!

Guerras de Rintintin e Almajona - episódio II

Adrianito Gordão - Eu é que sou o presidente da junta!! ÓÓÓÓÓÓÓÓÓ mãããããããããeeeeeee!
Nino Ito Alves - nós num tamos a brincar contigo! Vai embora!
Nandinho Gastar - Mas ele é desta sala! Pode brincar c'oa gente!
Nino Ito Alves - mas o meu pai disse que o pai do Adrianito num tem pila!
Nandinho Gastar - Num tem pila o pai do Adrianito?!
Adrianito Gordão - Ó mããããeee!? O meu pai tem tem pila??!!
Nino Ito Alves - Num tem nada!
Adrianito Gordão - o meu pai num tem culpa!!!!! Foi a minha mãe que tirou a pila ao meu pai! Porque ele andava a dar a pila às meninas da escola do meu pai!
Nino Ito Alves - Num se pode ser presidente da junta sem pila!
Luisínho Coutinho - O meu pai também é presidente e tem pila!
Nino Ito Alves - Pois tem! O meu pai diz que já biu a pila do teu pai!
Nandinho Gastar - Mas a pila do meu pai é maior c'a pila dos pais de vocês!
Nino Ito Alves - A pila do teu pai é pequena por causa do teu pai não pagar o seguro de doença da pila!
Adrianito Gordão - O meu pai diz que cura doenças da pila na cabeça! O meu pai é que sabe!
Nandinho Gastar - Pois! O teu pai já curou uma vez a doença da pila da cabeça do meu pai...
Nino Ito Alves - O meu pai diz que o teu pai tem uma pila na cabeça em vez de ter uma cabeça na pila!
Nandinho Gastar - O teu pai nem tem pila e por isso é que anda com as calças ao fundo do cú!
Luísinho Coutinho - a pila do meu pai é grande e por isso é que ele é presidente! Toma!
Adrianito Gordão - o meu pai nem precisa de ter pila para ser presidente! Nha nha nha nha!
Nino Ito Alves - pois... mas o meu pai diz que o teu pai bai deixar de ser presidente porque num tem pila a não ser na cabeça!
Luísinho Coutinho - e o meu pai está a ajudar o pai do Nito a tirar a pila do teu pai para não ser mais presidente! Nha nha nha!
Nandinho Gastar - Ah é?! Mas o meu pai bai arranjar uma nova pila pr'ó pai do Adrianito para ele continuar a ser presidente! Nha nha nah!
Nino Ito Alves -O meu pai anda com as calças ao fundo do cú porque tem uma pila grande! Toma!
Nandinho Gastar - O meu pai disse que o teu pai anda masé com a pila guardada na bolsa da cintura do teu pai! Toma!
Nino Ito Alves - O meu pai diz que o teu pai escreve cartas no computador que parecem pilas! Toma!
Adrianito Gordão - o meu pai também andava com pilas na carteira para dar à meninas da escola dele...
Luísinho Coutinho - O meu pai bai fazer uma reunião para juntar muitas pilas! Toma!!
Adrianito Gordão - Não!!!! O meu pai é que bai fazer uma reunião para juntar muitas pilas! Toma!!
Luísinho Coutinho - Mas a reunião do meu pai bai ter mais pilas c'a reunião do teu pai! Toma!
Adrianito Gordão - Num bai nada! A reunião de pilas do teu pai num bale! Num é a sério! O meu pai disse que num bale! Toma!
Luísinho Coutinho - O meu pai já juntou 23 pilas para a reunião de pilas dele! Toma!
Nino Ito Alves - O meu pai diz que bai à reunião de pilas do Luisinho! Toma!
Nandinho Gaspar - O meu pai disse se calhar não bai a nenhuma reunião de pilas porque vai engraxar a pila dele...
Nino Ito Alves - O meu pai diz que o teu pai num sabe fazer nada a não ser gastar mal o dinheiro na pila dele...
Luísinho Coutinho - O meu pai diz que quem tiber mais pilas nas duas reuniões fica com a maior pila e ganha! Nha nha nha nha!
Adrianito Gordão - O meu pai diz que quem diz quem ganha a pila maior é o presidente! E o meu pai é o presidente! Mesmo sem pila! Toma!
Luisinho Coutinho - O meu pai bai ganhar porque também é presidente e tem uma pila nova! Toma!!
Nino Ito Alves - O meu pai disse que quem tem uma pila melhor é quem é mais bonito de cara! E o pai do Luísinho é giro e tem uma pila boa! Toma!
Nandinho Gaspar - O meu pai diz que quem tem muito cabelo tem pouca pila e o meu pai tem pouco cabelo e muita pila! Toma!
Nino Ito Alves - o meu pai diz que o teu pai tem o cabelo como a pila: pequeno! Toma! E o meu pai é que sabe fazer contas com pilas! Toma!
Nandinho Gaspar - o meu pai também sabe fazer contas com pilas! Ele é que tem esse trabalho de contar pilas! Toma!
Luísinho Coutinho - O meu pai disse que o teu pai num pagou a doença da pila e a pila do teu pai caiu...e faz mal as contas das pilas! Toma!
Adrianito Gordão - O meu pai diz que num é berdade que tenha apanhado a pila do pai do Nandito quando ela caiu!
Luisinho Coutinho - O meu pai diz que a pila dele num cai nunca porque é nova e ele é que é o presidente! Toma!
Nino Ito Alves - o meu pai diz que o pai do Nandito copia a biblia e o corão no correio de computador para ber se lhe cresce a pila! Toma!
Adrianito Gordão - Eu é que sou o presidente da junta!! ÓÓÓÓÓÓÓ mããããããaãããeeeeeee!!!!!