Sorrisos Alexandrinos...
Tenho um filho que se chama Alexandre ("ó" ele aí ao lado e clique nele se quiser ver mais fotos). E levo-o muitas vezes comigo quando saio de casa. O Alexandre tem uma característica: sorri muito para caras de pessoas. Em muitos lugares públicos para onde o levo (nas filas dos hipermercados, em serviços públicos, no próprio infantário, etc.) sempre que ele fita alguém por cerca de 5-10 segundos arvora um sorriso de facies inteira para a pessoa que o mira. Daí que provoque - tenho-o constatado - uma reacção no/a desconhecido/a para quem o pimpolho endereça o seu olhar e sorriso.
Quase sempre este/a desconhecido fica convencido de que possui uma espécie de talento natural inato para lidar com bébés. Vejo-o e oiço-o nos comentários que, directa ou indirectamente, são captados por mim: ele é o/a acompanhante do/a descohecido/a que comenta, ele é o/a próprio que se atribui. Alguns tenta procurar outras razões. No outro dia um velhote para quem o Alexandre, invariavelmente, sorriu largamente, me inquiriu; "Sou parecido com o avô, é?" ou uma senhora "Eu devo lhe lembar alguém...". Falta-me a coragem para dizer a esta turba: "Não, ele sorri para qualquer um. Você não lhe é nada de especial. Não se iluda".
Quem sabe alguém descubra que tenha encontrado a vocação. E se assim for o meu silêncio falseia uma orientação vocacional recém descoberta. Mas porque hei-de desiludir a ignota pessoa? Porque hei-de lhe retirar um pequeno laivo de satisfação? Quem sabe a menina trintanária se decida finalmente a ter um bébé à custa desta pequena alegria? Quem sabe o marido-reticente-a-pai mude de ideias e perca o receio de paternidade?.
Afinal, o melhor do mundo não são as crianças?
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