Saúde infantil e intoxicação antibiótica: what’s wrong with this picture?

EPISÓDIO 2: No Centro de Saúde, o exame médico do costume. O nosso médico de família, aparte o seu problema de dicção, é competente mas um bocado alarmista. É uma pessoa “pública”, “televisionável” já que é presidente da "Associação dos Médicos de Família". Examina o petiz. “Não sei… pode ser isto… era bom excluir aquilo…”. Receita dois antibióticos. “Leves”, diz ele. E, preocupado, redige uma missiva para o miúdo ter prioridade de atendimento nas urgências pediátricas do Hospital de Cascais. Não tenho grande razão de queixa das urgências pediátricas do Hospital de Cascais. Nunca se espera muito e o pessoal, não sendo muito simpático, é relativamente prestável…
EPISÓDIO 3: As pediatras querem um exame à urina. E o raio do pimpolho não tem vontade. Digo-lhes que já estive horas naquele mesmo serviço não para esperar para ser atendido mas pela inusitada aridez bexigal do rapaz. Lá acedem a molhar o baixo ventre do miúdo com um bocadinho de éter mas dizem-me para “não dizer lá fora” que fazem/permitem ou aconselham tal coisa… e então o miúdo jorra o ansiado liquido. Espera-se pouco pelos resultados da análise. Diagnóstico: “pode ser… os valores estão na fronteira… é melhor ser prudente…”. E pumba! Lá tem o Alexandre que ir ao Hospital D. Estefânia para uma consulta de nefrologia. Mas antes leva uma receita de… mais dois antibióticos… nada demais. Só à guisa de prudência…
EPISÓDIO 4: no Hospital D. Estefânia em Lisboa nunca senti que esperei muito para ser atendido: entre 30 e 45 minutos se tanto, apesar das várias dezenas de crianças na sala de espera. Encaminhado para uma estagiária que faz o historial clínico da criança, lá somos atendidos pela especialista em nefrologia. Demorada conversa, com cenários de saúde possíveis, os piores e os melhores.
Marca-se uma análise (comparticipada) complicada (“cintigrafia renal”) e ouve-se a especialista: “Mas o que é isto??!! O miúdo pode estar muito bem intoxicado por este antibióticos todos! Mas como é possível?? Ó «pai»?! Como permitiu isto??”
“Mas eu… eu… eu…”, balbucio. E eu sou olhado como um pai ingénuo e despreocupado que deixa que o seu próprio descendente seja cliente privilegiado da avidez das multinacionais farmacêuticas…
What´s wrong with this picture? ;-[
5 Comments:
Como eu te entendo, Paulo. Um abraço.
Como achas tu que essas empresas farmacêuticas sobrevivem? :(
David
Está tão giro o teu miúdo :) Não o envenenes, pá! :(
Tina
Sim, o rapaz é bonito, simpático e vê-se que é inteligente.
Felizmente, não saiu ao pai. :-D
Jorge? Escolhe as armas! Leva um padrinho. Às 18.00 horas atrás da abadia! =[
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