segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Charlatanices da Pedagogia no Ensino Superior e não só... (Ciclo da Pedagogia I)



























Estas minhas observações não são fruto de um estudo científico no sentido mais comum da palavra (e, por tal sujeitas a contribuições e ao contraditório). Assumem-se, outrossim, como resultado das observações (num sentido lato) sobretudo empíricas e das constatações que retiro delas:
- das minhas conversas in situ e in loco com docentes do ensino superior dos dois subsistemas;
- das minhas trocas de impressões com os mesmos na web (sobretudo em blog’s e fóruns);
- das minhas leituras do que aqueles escrevem em formato de papel e digital;

O pressuposto de base é que há diferentes visões do que é aPedagogia” (e, neste caso concretamente, não do que são as “Ciências da Educação” que é outra história…). E com “Pedagogia” refiro-me aqui àquela que mais directamente diz respeito à situação concreta de exercício da docência na situação de sala de aula. Isto para colocar a coisa em termos mais simplistas e poder obter uma maior compreensão pelo eventual leitor.

Não tenho escondido, em post’s anteriores, que opino que a Pedagogia é muito maltratada. Sobretudo por mera ignorância daqueles que sobre ela falam e, na sequência, concepções risivelmente simplistas e erróneas. Todavia mesmo aqueles que pouco ou nada sabem dela ou sobre ela, têm uma concepção mais ou menos implícita sobre a mesma. É destas que pretendo escrever. Construí um esquema analítico com dois eixos que me parece reflectir aquelas concepções e, por outro lado, o que me parece ser o grau de ignorância ou o grau de “sabedoria empírica”, isto é, aquela sabedoria que resulta das conversas informais, das observações, valiosíssimas mas altamente potenciadoras do erro senão acompanhadas de reflexão cientificamente fundamentada. Pretendo – empiricamente, como disse – situar nos quatro campos que defini (“alfa, “beta, “gama” e “delta”), perfis de pessoas ("personagens-tipo")e instituições de ensino superior e de formação da nossa “comunidade educativa”.

As descrições abaixo são, entenda-se, os níveis 4, isto é, os extremos dos eixos.
------------------------------
EIXO HORIZONTAL:

a) mais tecnicistas ou mecanicistas: encaram a pedagogia como uma mera sequência de passos técnicos a seguir escrupulosamente para se atingir um fim previsto com algum pormenor na fase de planeamento. Fala-se mais em formador” do que “professor”. Referem-se apenas a “formandos” e pensam muito em “perfis de saída” e “perfis de entrada”. Planeiam a longo prazo pensando apenas no produto e não no processo ou somente o fazem em sequências lógicas de formação (um “design curricular”) muito simplistas e encadeadas apenas por requisitos técnicos (“Vá! Não se pode aprender informática ao nível do utilizador sem um mínimo de conhecimento do código ASCII”) erróneos. Se a coisa corre menos bem não admitem a possibilidade de que o que correu o mal estar nos formadores ou no planeamento que fizeram mas, certamente, no locusformando”. Prevêem objectivos muito pormenorizados e cuja consecução não é atingida senão pela observação de requisitos comportamentais definidos previamente. Negligenciam aspectos afectivos e encaram os “formandos” como sendo todos iguais. Não têm/seguem um manual próprio mas baseiam-se em fotocópias de vários. Gostam de apresentar os conteúdos por tópicos muito arrumadinhos e sequenciados. Não pensam se são bons “formadores” ou não. Têm quase a certeza absoluta disso. São charlatães preocupados em vender "o seu peixe" e mais não.

personagens-tipo” e instituições:
- formadores do IEFP, dos centros a ele ligados ou de empresas de formação privadas;
- boa parte dos “docentes” da Universidade Aberta;
- maioria esmagadora dos docentes das instituições superiores universitárias de gestão, de direito, de economia, finanças e afins;
- maioria esmagadora dos docentes das escolas superiores de tecnologia e outras mais técnicas e artísticas do ensino superior politécnico;
- maior parte dos psicólogos, especialmente aquelas com especialização em “psicossociologia das organizações”, graduados em sociologia;
- a maioria esmagadora dos docentes da Universidade Católica.
----------


b) mais humanas ou libertárias: encaram a pedagogia como uma ciência que serve para o progresso do aluno, enquanto pessoa a construir-se. Referem-se a “alunos”, “crianças” ou, menos frequentemente, “educandos”. Assumem-se como “professores”. Não pensam tanto nos “alunos” mas em responder à pergunta: “O que posso eu fazer e como fazer para que as minhas aulas sejam agradáveis para os alunos e eles gostem de mim? E, já agora, consiga dar a matéria e elas aprendam qualquer coisa?” Individualizam alguns alunos mas sobretudo aqueles que mais se parecem consigo. Não planeiam tanto em função de resultados finais mas de “um nível mínimo” que cada “aluno” deve atingir sendo que a partir desse nível se sobe na classificação. Assumem que os “alunos” atingem o mínimo dos objectivos (que nunca definem) por terem atingido aquele “nível mínimo”. Não planeiam a longo prazo: fazem-no por “temas” ou “sequências de aprendizagem” ou ainda “unidades didácticas”, um conjunto de aulas à volta do mesmo tema ou temas afins. Não têm nenhuns cuidados ao nível da coordenação curricular: encaram tal cuídado como uma "chatice". A sequência de conteúdos segue a mera lógica científica ou, em níveis não superiores, de apresentação no manual. Muitos seguem-no como a “bíblia suprema”. Acham que poderiam que poderiam ser melhores mas, ainda assim, já se acham “bastante razoáveis”. São algo charlatães mas por manifesto idealismo.

personagens-tipo” e instituições:
- boa parte dos docentes das Faculdades de Psicologia e Ciências da Educação;
- boa parte dos docentes que se dedicam à formação de professores nas escolas superiores de educação;
- boa parte dos docentes das escolas de enfermagem sobretudo aqueles que se dedicam aos aspectos psicossociais na formação dos/as enfermeiros/as;
- uma pequena franja dos docentes de marketing;
- alguns psicólogos da vertente de psicologia educacional.


------------------------------
EIXO VERTICAL:

a) mais fundamentada ou mais cientificamente reflectida: tiveram, explicitamente, formação pedagógica certificada. Mais ou menos sentida como boa, dão valor à Pedagogia. Criticam-na fundamentadamente. Dizem: “quando me refiro a «competências», refiro-me à noção de [um autor]”. Cruzam a sua análise critica com a experiência pessoal e leituras que fazem frequentemente. São interdisciplinares já que se referem a perspectivas históricas, sociológicas e muitas outras. São críticos em relação ao discurso político e fundamentam indo buscar frequentes exemplos ao passado. Quando se referem a um aluno em particular colocam o destaque mais nas potencialidades do que nos constrangimentos e pensam em si próprios como “professores em constante progressão em termos pedagógicos”. Acham, algo idealisticamente mas com sinceridade, que a Pedagogia, se bem pensada e aplicada, poderia resolver alguns dos problemas mais prementes do sistema escolar. São tendencialmente de esquerda mesmo que não o revelem ou se assumam como apartidários. Não são, tendencialmente, charlatães com os "alunos" mas tendem para a charlatanice quando encontram os seus pares e quando publicam artigos científicos.

personagens-tipo” e instituições:
- uma pequeníssima minoria dos professores do ensino superior universitário e do(s) ensino superior privado(s);
- uma pequena parte dos docentes do ensino superior politécnico.
----------


b) mais empírica ou “do vulgo”: falam "de cor", de "pedagogia da rua". Dizem que “a pedagogia é para crianças” ou que a “boa/verdadeira [?] pedagogia” aprende-se exclusivamente com o tempo, com o contacto com os alunos e que a literatura sobre pedagogia é mera verborreia e que é ela, em grande parte, a causadora dos males do sistema escolar. Alguns deles deram-se ao trabalho de, um dia, ler um livro sobre pedagogia e julgam agora saber tudo ou tudo o que é relevante. Na verdade nada percebem mas isso não impede alguns de, professoralmente, até “dar lições” sobre “pedagogia”. Pensam sobretudo em si como bons professores que “falam bem”, “sabem muito”e docentes que não podem melhorar mais do que já são. Enfatizam sobretudo o insucesso dos alunos. São monolíticos nas suas abordagens “pedagógicas”: é o professor, a matéria e o aluno e ponto final. O resto são detalhes irrelevantes. Muitos são saudosistas do passado pré-25 de Abril. São tendencialmente de direita e revelam-no mesmo que se assumam como apartidários. São os verdadeiros charlatães por pura ignorância.

personagens-tipo” e instituições:
- a maioria esmagadora dos professores do ensino superior universitário;
- a maioria dos professores do ensino superior politécnico;

- a quase totalidade dos professores do(s) ensino(s) superior(es) privado(s).
----------


LOCALIZAÇÃO POR "CAMPOS":

Campo Alfa”. Muito Pouca gente:
- alguns docentes das escolas superiores de educação, alguns docentes das Faculdades que se dedicam à formação de professores e educadores e alguns psicólogos educacionais que, “subterraneamente” leccionam em sistemas de formação profissional do IEFP ou centros a ele ligados, todos eles “contaminados” pelas perspectivas tecnicistas e mecanicistas.

Campo Beta”. Pouca gente:
- uma pequeníssima minoria dos professores do ensino superior universitário e ainda menos do(s) ensino superior privado(s) com formação pedagógica certificada;

- uma pequeníssima parte dos docentes do ensino superior politécnico, sobretudo os que estão directamente envolvidos na formação de professores e educadores com pedagógica certificada.

Campo Gama”. Algumas pessoas:
- a maior parte dos formadores do IEFP, dos centros a ele ligados ou de empresas de formação privadas;

- maioria esmagadora dos docentes das instituições superiores universitárias de gestão, de direito, de economia, finanças e áreas afins.

Campo Delta”. Muitas pessoas:
- a maioria esmagadora dos professores universitários e do politécnico não directamente ligados à formação de professores e educadores (e excluindo os acima referidos).


Tenho dito.

21 Comments:

Blogger peciscas said...

Como profissional do ramo, achei engenhoso o teu sistema de eixos.
Agora, se fossemos tentar colocar nesse sistema os nossos docentes
( de todos os graus de ensino) é que seria bonito- se calhar ficaria pintada uma núvem muito negra na parte baixa da figura

fevereiro 21, 2005 5:56 da tarde  
Blogger Miguel Pinto said...

Gostei muito do texto. Fiquei com a sensação que ele emerge das entranhas e denota muita coragem e integridade.
Paulo, o que queres dizer com essa coisa da charlatanice quando encontram os seus pares… ? Está aqui:
“EIXO VERTICAL:
a)mais fundamentada ou mais cientificamente reflectida: (…) Não são, tendencialmente, charlatães com os "alunos" mas tendem para a charlatanice quando encontram os seus pares e quando publicam artigos científicos”.

fevereiro 21, 2005 6:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Paulo? Uma só palavra: excelente! :) Mas tenho a mesma dúvida que o Miguel Pinto.
Nelson

fevereiro 21, 2005 6:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tu és de uma perspicácia! Dos blogues que tratam de ensino superior este é de certeza o mais crítico, o mais acutilante, o mais inconformado e o que mais põe o "dedo nas feridas". Parabéns! :)
David

fevereiro 21, 2005 7:54 da tarde  
Blogger «« said...

Não fujo à regra, gostei, pronto, mas continuo a achar que apesar da importância da pedagogia para o sucesso do aluno...existem muitas outras vertentes fundamentais para construir um bom professor. Acredito que um professor não se forma unica exclusivamento da pedagogia, pelo que todo o resto do seu ser é importante...

fevereiro 21, 2005 11:51 da tarde  
Blogger MJMatos said...

Bem achado, PLopes. Mesmo que a acutilância possa gerar anticorpos, é uma boa matéria de reflexão para cada um de nós.

fevereiro 22, 2005 7:23 da manhã  
Blogger JVC said...

Muito bem, embora, como é natural, discorde de um ou outro pormenor.

fevereiro 22, 2005 10:05 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Está muito bom, Paulo Lopes. Não percebi é porque é que colocas os docentes da Universidade Aberta entre aspas. Tens alguma coisa contra eles? :)
A.T.

fevereiro 22, 2005 10:34 da manhã  
Blogger bev trayner said...

Gosto estes campos, Paulo.

Talvez faltar uma dimensão. Falta o professor que andar preocupado com o aprendizagem dos alunos (aprendentes) e com preocupações do seu próprio aprendizagem ( o tal "reflective practitioner").

Além disso, e ao contrário dos poucos docentes no campo beta, este professor dispara entre todos os vertentes - mecânica, libertária, "vulgo", fundamentada .... utilizando pedagogias polivalente em situações diferentes para alunos diferentes. Muitos vezes os matérias, ou os conteúdos são secundários em comparação com estes processos e reflexões-nos-processos de aprendizagem.

Não reconhece? Pois, existe poucos que sobreviviam a sistema!

fevereiro 22, 2005 5:28 da tarde  
Blogger JVC said...

Desculpem-me a vaidade: coloco-me muito honestamente no campo beta. Os exercícios de avaliação pessol que faço com os meus alunos demonstram-no.
Um dia escreverei sobre isto, não objectivamente mas como testemunho pessoal.

fevereiro 22, 2005 6:10 da tarde  
Blogger JVC said...

Ainda mais um comentário. Só não concordo com o termo "charlatanices", embora se aplique a muitos. Mas também conheço professores universitários dedicados ao ensino mas que nunca dispuseram de meios e incentivos para o seu aperfeiçoamento pedagógico.

fevereiro 22, 2005 6:13 da tarde  
Blogger Chris Kimsey said...

Como eu disse este texto não era fruto de um estudo científico na acepção comum do termo...

AJCM: obrigado. Acho que tens razão sobre a localização da nuvem negra.

Miguel Pinto: obrigado. O que eu quis dizer com essa afirmação no "eixo vertical" é que os docentes dessa alínea tendem um bocado para a vaidade e fanfarronice quando encontram docentes semelhantes em termos das características da alínea. É preciso ver que aqui o termo "charlatanice" é muito relativo e sobretudo nesta alínea que qualquer discurso a "bem do aluno" que não tenha uma prática completamente compatível é sempre um bocado de "charlatanice".

Nelson e David: obrigado. Como vão as coisas pelas terras do Demo, Nelson?

Miguel Sousa: tenho algumas dúvidas sobre o que dizes. Um colega meu uma vez disse: "a pedagogia não é tudo. Há a relação professor-aluno, por exemplo (!), muito importante..."

MJMatos: obrigado. É muito fácil gerar anticorpos nestas matérias. Admitir insificiências é sinal de maturidade. Por isso é que não vou dizer que eu próprio estou no "campo beta". Gostava de estar e faço por isso. Mas não sou bom juíz em causa própria.

A.T.: obrigado. Estão entre aspas porque nessa alínea fala-se, sobretudo, de formadores e tenho algumas dúvidas sobre a função de professor para quem o faz a distância. Mas eu disse "boa parte".

Beverly: concordo consigo. O "reflective practioner" nos termos em que foi formulado pioneiramente por Donald Schon (e Zeichner, Apple e outros) é-me interessante. Julgo estar comtemplado no "campo beta".

JVC: o termo "charlatanices" aqui é, em certos campos, muito relativo (vide comentário a Miguel Pinto). Na verdade todos os professores são um bocado "charlatães" mas nem todos no mau sentido... quanto à ideia de que há professores "nunca dispuseram de meios e incentivos para o seu aperfeiçoamento pedagógico", não concordo consigo: porque há-de tal ser assim tão mais dificil que o "aperfeiçoamento científico". Aguardo ansiosamente o seu texto sobre este assunto.

fevereiro 23, 2005 9:44 da manhã  
Blogger Cândido M. Varela de Freitas said...

Só hoje (quarta, 23) li este post (não sou blogger profissional... e tive muito que fazer nos últimos dois dias). Claro que o tema interessa, está posto de uma maneira interessante, e reflecte, para além das suas opiniões, muito do que muita gente pensa sobre quem se dedica aos estudos (ou à prática, sem estudos) da educação. Não irei exercer o direito ao contraditório (...) mas apenas deixar algumas notas, que não pretendem beliscar nem o interesse, nem a oportunidade, nem o valor do seu trabalho:

(1) Não penso que seja apropriado o termo charlatanice, sobretudo se o generaliza ou quase generaliza (acordo com JVC);

(2) O termo pedagogia (que os anglo saxónicos usam pouco) encobre conceitos vários, e é difícil, se não os descobrirmos, criticar A ou B na sua acção. Por exemplo, há casos em que o professor (ou monitor, ou seja quem for) tem de adoptar processos mais tecnicistas/mecânicos, há outros em que deve adoptar processos mais "humanos"...

(3) O exercício que faz ao tentar colocar etiquetas ("tal tipo é o da maior parte dos professores de...") causou-me um certo desconforto, não por mim, claro, mas porque penso que pode estar a ser injusto;

(4) finalmente (por agora) as coisas nuncas são tão simples como parecem e podem enunciar da maneira em que fez (acho que Beverly pôs isso em evidência). O grande problema da "pedagogia" é que não há soluções científicas - é preciso dizê-lo claramente - que permitam generalizações. Se há indiscutivelmente conrtibuições importantes das ciências da educação (psicologia, sociologia, etc.) elas não funcionam como noutras ciências (pelo menos por enquanto...).
Como tenho prometido, no meu blog, abordar temas que de algum modo se prendem com este, se me permitir poderei invocar esta sua boa sistematização quando os publicar.

fevereiro 23, 2005 10:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Paulo. Duas coisas:
(1) parece haver uma relação entre a crítica que as pessoas fazem e o eventual posicionamento nos campos onde se colocam, não achas?
(2) porque colocas "uma pequena franja dos docentes de marketing" na alínea a)?
Nelson

fevereiro 23, 2005 11:53 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Corrijo: eu quis dizer: parece haver uma relação entre as críticas das pessoas e o temor de estarem colocados num determinado campo...
Nelson

fevereiro 23, 2005 11:55 da manhã  
Blogger Chris Kimsey said...

Nelson: não comentarei isso por razões óbvias :-|
Varela de Freitas: tinha dito que isto não era um estudo científico. Agradeço, no entanto, o comentário "reflecte, para além das suas opiniões, muito do que muita gente pensa sobre quem se dedica aos estudos (ou à prática, sem estudos) da educação". Dá-lhe alguma legitimidade.
1. No que toca à "generalização" repare que eu só falei dos extremos. Sâo categorias "puras" ou tipos-ideais no sentido weberiano da noção. Sempre que se tipifica tem que se construír categorias, não é? Por outro lado, o esquema admite 4 níveis combináveis o que resulta em várias combinações possíveis.
2. esclareci qual era o conceito de "pedagogia" que estava a usar.
3. tive cuídado na semântica como vê: "a maior parte", "boa parte", etc. pelo que daí se vê que não se baseia em "hard data".
4. é verdade: a pedagogia não é uma ciência exacta como não são também as Ciências da Educação ou as Ciências Sociais e Humanas que não têm soluções científicas nem receitas. Por isso as "generalizações", só nos extremos (um estudo científico rigoroso diria que quase ninguém estaria nos extremos mas teria uma mistura de categorias...)

Aguardo ansiosamente que se pronuncie. Use a sistematização à vontade. ;-)

fevereiro 23, 2005 11:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muito bom. O debate é interessante. Gostei da sistematização embora não seja um trabalho cientifico
Regina

fevereiro 25, 2005 11:43 da tarde  
Blogger LN said...

Ora bem, atrasada por atrasada a escrever o comentário, reli.
O texto e os comentários...

Fico a pensar que, como em certos modelos (estou a pensar no H. & Blanchard da liderança) ninguém está sempre num campo (quadrante).
Pode estar-se predominantemente num mas saltar-se para o do lado, dependendo do grupo e da tarefa a realizar em conjunto.
Que te parece?!

Ah... e, já agora, a avaliação sobre o estar pedagógico tem de ser dos envolvidos - professores e alunos. Que isto da auto-imagem é «giro» mas as competências têm de ser reconhecidas pelos outros...

fevereiro 26, 2005 5:54 da tarde  
Blogger LN said...

Ora bem, atrasada por atrasada a escrever o comentário, reli.
O texto e os comentários...

Fico a pensar que, como em certos modelos (estou a pensar no H. & Blanchard da liderança) ninguém está sempre num campo (quadrante).
Pode estar-se predominantemente num mas saltar-se para o do lado, dependendo do grupo e da tarefa a realizar em conjunto.
Que te parece?!

Ah... e, já agora, a avaliação sobre o estar pedagógico tem de ser dos envolvidos - professores e alunos. Que isto da auto-imagem é «giro» mas as competências têm de ser reconhecidas pelos outros...

fevereiro 26, 2005 5:54 da tarde  
Blogger Chris Kimsey said...

Tem razão, Lucília. Algumas manchas poderiam atingir mais do que um quadrante. Também se pode estar preominantemente num lado e passar para outro: veja-se o caso dos "contaminados" de que falo. São de um campo mas o "ethos" predominante do segundo fa-los ir para outro campo. Já senti isso na pele. São outras "pedagogias"... embora isso possa acontecer por muitas outras razões. Como disse, são caracterizadas "categorias puras".

E sim. As competências nunca podem ser, em primeiro lugar, reconhecidas pelos próprios, sobretudo em educação...

fevereiro 27, 2005 12:01 da tarde  
Blogger Chris Kimsey said...

Um agradecimento especial ao blog "Daescola" pelo destaque a este post. ;-]

março 11, 2005 10:03 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home