quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Amor no século XIX...

Às vezes, nas minhas deambulações pelas alfarrabistas de Lisboa - infelizmente cada vez menos frequentes - encontro, em livros que adquiro, algumas cartas pessoais por entre os fólios dos velhos alfarrábios. Encontrei esta, que julgo dos finais do século XIX, que penso não haver mal em divulgar. Chamo a atenção para as últimas linhas, de um fino recorte literário. Cá vai:

Quando o coração canta em alegres namorados como Romeu e Julieta penso no caminho da esperança e sinto-me o aventureiro romântico ao lembrar-me na sua viagem de núpcias que nos espera em Capri. Domingo 28 de Agosto será a nossa partida minha querida ave do paraíso, passaremos pela moraria para ouvir cantar o fado numa viela sem sol; Andaluzia nos espera para uma tarde de sol e toiros; seguiremos sob o céu de Roma e descansaremos na Riviera em noite que não volta no Moulin Rouge Paris é sempre Paris; por fim a Lapari [?] ao anoitecer escolheremos um lugar ao sol nesta ilha de encantar. Depois de tanto viajar chega a noite da tempestade e a liberdade perigosa; e quando te tiro a túnica e começo com brincadeiras proibidas e depois de ver o fruto proibido é para mim um céu aberto; mas lembra-me do direito de nascer e vou ao Quo Vádis [!!] onde fica um rastro sangrento confesso; o sangue suor e lágrimas, fazem-me passar horas amargas e penso não transgredir o Código Penal 513. [!!]. J.R.M.”
(respeitada a ortografia e sintaxe originais)
Ridendo castigat mores…

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Está esquisitamente engraçado. :) mas parece mais sexo que amor e é a segunda vez que falas de sexo em três dias. Pois... :)
David

fevereiro 10, 2005 3:00 da tarde  
Blogger saltapocinhas said...

Eu cá não casava com este gajo! Livra!!

fevereiro 10, 2005 6:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A sintaxe é... divertida.

fevereiro 10, 2005 11:47 da tarde  
Blogger JorgeMorais said...

LOL!
Quanto era mesmo a multa por ter "aquilo naquilo", num dos teus posts anteriores?

fevereiro 11, 2005 12:39 da manhã  
Blogger Chris Kimsey said...

Jorge? O autor é um "JRM". Hummm... se calhar é um antepassado teu... ;-)

fevereiro 11, 2005 4:40 da tarde  
Blogger JorgeMorais said...

Nem pensar, na minha família não se escrevia cartas, era tudo à dinamarquesa ;-)

fevereiro 12, 2005 12:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eu quero saber o que aconteceu a seguir!!! :(
Nelson

fevereiro 12, 2005 7:06 da tarde  

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