Para Prof.'s do 1.º C.E.B. e não só: "Todos Diferentes, Todos Iguais" à guisa de provocação...
Diz J. C Castãno (1996):
"Esta é talvez uma das «armadilhas» mais atraentes em que caímos na construção dos discursos interculturais. Esta frase, com um certo impacto e significativo conteúdo metafórico, converteu-se em bandeira de tolerância e de não discriminação. Mas devemos reflectir sobre o absurdo da mesma: como se pode ser igual a alguma coisa e ao mesmo tempo diferente dessa coisa? Misturam-se planos de diferentes níveis: o direito de ser tratado com igualdade, com o desejo identitário de ser definir-se como diferente de outro. Esta diferenciação eleva-se a categoria absoluta com a expressão «todos», algo muito oposto às ideias de tolerância. A quantidade de esclarecimentos e matizes que devem ser feitas para obter o sentido da frase não parece recomendar a sua utilização e ainda menos no âmbito escolar, no qual o grau de abstracção que é necessário para tornar útil a frase não costuma ser utilizado pelos agentes da educação primária.
Não será esta uma nova forma de construir docemente a diferença/desigualdade, invocando agora os acordes do reconhecimento da diversidade?"
Pois... o que acham? Eu cá acho que...
5 Comments:
Cá por mim somos todos diferentes: os tratamentos é que devem ser iguais. Ou melhor: salário IGUAL para trabalho IGUAL. Um dia destes vou falar sobre o assunto! Primeiro vou comprar uma armadura...
O teu filhote já está curado do tratamento??
Óptimo post, que obriga a pensar sobre as limitações dos slogans.
Colocas em causa uma coisa que eu tinha por adquirida... :|
Nelson
Havia um filme dos Monty Python em que uma multidão dizia:
- Nós somos todos diferentes.
Mas um homem, no meio da multidão diz:
- Eu não, eu sou igual.
Eu nunca gostei muito desse slogan. É tudo preto ou branco.
Tina
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