sábado, abril 17, 2004

Financiamento dos "excelentes" investigadores pelo MCES (I)

Da agência "Reuters" (Buraca)
"Procura-se génio com 100 artigos"

Após a constatação que o nosso cientista de maior fama no estrangeiro, António Damásio, não publicou mais de 41 (33 + 8) artigos em revistas internacionais, o MCES desdobra-se em esforços para encontrar um cientista português radicado no estrangeiro ou, dado o panorama da investigação em Portugal, corajosamente radicado em terras lusas, que tenha pelo menos 100 artigos publicados em revistas científicas estrangeiras. Maria da Graça terá confessado a sua frustração em declarações ao "Pudíco" na semana passada "Temos dez milhões de euros orçamentados e não vislumbramos candidatos no horizonte. Consideramos, agora, a hipótese de pagar a revistas internacionais a publicação de artigos. O MCES já está a proceder a um levantamento exaustivo". Paulo Portas, entretanto, atalhou, referindo que tal verba poderia ser muito melhor endereçada no upgrade dos periscópios da frota de submarinos portuguesa. Maria da Graça terá, em círculos restritos, afirmado que tal era uma "visão miope".

Finórius Cérebrus Publicatus Multiplus Articulos, cientista latino sobrinho-trineto de um português ribatejano já emitiu opinião a respeito desta polémica referindo que se naturalizará luso com a condição de ser ele o único beneficiário da verba disponível. Assevera, também, que só receberá a verba se retirarem a palavra "básicas" do termo "ciências básicas da saúde". "Básico" é quem toma estas medidas", referiu o iminente cientista. E eu não posso ser associado a tal filosofia demeritória da minha especialidade: a proctologia (cf. dicionário)". A "Associação dos Cientistas Básicos da Saúde" já veio contestar esta posição acrescentando que o citado cientista não possui mais de 86 artigos publicados em revistas científicas internacionais sendo que cerca de 85% são de países como a Moldávia, a Eslovénia, o Bangladesh, Trinidad e Tobago e a República Dominicana, e os restantes 15% em linguas mortas como o Aramaico, proto-hebraico ou re(c)to-romano. Finórius Cérebrus Publicatus Multiplus Articulos já respondeu a esta questão assegurando que envida esforços para fotocopiar alguns artigos já publicados para republica-los em revistas internacionais iraquianas e norte-coreanas alterando apenas a norma bibliográfica. Maria da Graça, entretanto, declarou que aguarda tal reprodução de documentos oferecendo os Serviços do Departamento de Prospectiva e Avaliação para tal tarefa.

Não alheia a esta polémica, a FENPROF emitiu um "press-mail" defendendo que as suas publicações sindicais também sejam consideradas "revistas científicas internacionais" em detrimento de "narrativas ficcionadas" como, auto-elogiosamente costuma adjectivar as suas publicações. David Justino atalhou referindo "Eu sabia! Eu sabia!".

Mariana Cascais também se pronunciou. Lacónicamente balbuciou, quando questionada a propósito desta polémica: "Hããã?!".

Pedro "Cunha" Lynce, insurgindo-se contra a posição de João de Deus Pinheiro que desejava que o registo dos seus resultados no golf fossem considerados artigos em revistas internacionais, defende, no seu blog "se-queres-ir-para-a-universidade-não-fales-com-o-teu-pai:-fala-comigo.blogspot.com", a clonagem de Egas Moniz (pretérito prémio nobel da medicina luso) e a republicação de todos os seus artigos em revistas científicas internacionais. "Se a reprodução da célula correr mal sempre se pode aplicar a verba numa Fundação presidida por mim e pelo meu correlegionário Requ(e)ixa Ferreira para o estudo dos estrumes transgenizados. Pelo menos melhorava-se a qualidade da merd... que anda para aí...". Maria da Graça comentou "nem que me lobotomizem...".

Pinto da Costa do Instituto de Medicina Legal interveio oferecendo-se para efectual tal cirúrgia "pro bono". Observadores especulam que Maria da Graça terá dito, a propósito desta última intervenção: "Sendo assim, vou pensar...".

A polémica parece ter pernas para andar...