Flirts ou hiperflirts…
Não gosto muito de ir a centros comerciais e a hipermercados. Mas a moderna vida de hoje obriga-me. E lá vou eu de vez em quando. Antes de nascer o meu filho adquiri o hábito de ir aos hipermercados em horas onde não abundavam pessoas. Era mais rápido o pagamento nas caixas e a circulação no interior da grande superfície. E lá apareciam as senhoras…
As senhoras de Cascais, as mais das vezes entre 35 e 40 anos, bem penteadas e vestidas que circulavam desacompanhadas no hipermercado “Jumbo” de Cascais costumavam abordar-me em “encontros casuais” que me divertiam assaz. Julgava, na altura, que a variedade de compras que fazia (compras típicas de solteiro?) me conferiam o estatuto de “solteiro abordável”. Mas divertia-me com esta espécie de assédio (sexual?) mais ou menos camuflado. Perseguido por breves minutos, seguia-se a abordagem: "Leva aí muitos doces… é um homem doce?", dizia uma senhora que circulava o carro desacompanhada. "Ah… um homem energético [bebidas isotónicas no carrinho] É desportista?", sussurra-me uma trintona sozinha. "Veio de carro? O meu está na oficina. Se me levar as compras, janta comigo em casa. Que me diz?". E mais outros exemplos.
O que levava estas senhoras a isto? Solidão? O sexo? Não sei. Nunca acompanhei nenhuma pese embora a insistência daquela a quem levei as compras a casa para "subir". Senhora divorciada de Oeiras, conhecida de ex-aluna da profissionalização convidou-me para uma discoteca na 24 de Julho em Lisboa. Mal a conhecia. Perguntei ingenuamente: "Quem mais vai?" a que responde a trintona: "É preciso ir mais alguém?". Pois…
Não as censuro. Não sei se faria o mesmo. Na altura sabia-me bem. Fazia-me bem ao ego. Hoje…
- «Ó Armanda? É preciso alguma coisa do “Jumbo” que aproveito e vou lá agora que deve estar pouquíssima gente??»
6 Comments:
Poder-se-á pensar que não se trata propriamente de uma questão de género?! Ou as abordagens e as ofertas provocam estranheza por se tratar de senhoras?
Interrogo e interroguei muitas vezes o que "leva estes senhores a isto? solidão? sexo?"... Ah, isto e muito mais. É que as pessoas talvez sejam, sobretudo, gregárias (risos) e toda a gente parece apreciar afagos de ego.
;-) Sim, Lucília. O gregarismo humano não é uma variável a descartar aqui obviamente. Mas eu pretendia transmitir a ideia de que há um perfil aqui. Não é num bar ou num café. E há uma faixa etária também. E o hipermercado. E o carrinho delas (com compras ad hoc?). E a intencionalidade. E finalmente, que isto não me acontece muitas vezes para eu o considerar uma ocorrência normal no meu quotidiano...
O negócio do "ser" é muito complicado!
Há muita solidão.
Paulo!
Não te sabia esse verdadeiro magnete.
A próxima vez que for a Lx telefono-te para irmos ao supermercado.
Eu não fazia ideia que isto acontecia! A sério?
Para mim, supermercado, é uma tarefa chata, mas às vezes incontornável. E os homens que conheço detestam ir ao supermercado também. Provavelmente não conhecem o Jumbo de Cascais...
são estratégias actualizadas de engate numa sociedade consumista. apenas isso. ou será que com o "peso" da idade as mulheres se sentem a atingir o prazo de validade? idem idem para os homens :)
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