Constantineeee...
Vi o filme. Para quem era fã do Matrix não desilude muito. Para quem gosta de ficção e mistérios religiosos ainda menos. A estória (adaptação do comic “HellBlazer”) gira à volta de um jogo de poder entre o céu e o inferno, anjos e demónios, Deus e o diabo. O filme, numa atmosfera de “O Corvo” ou a “Gotham” de Batman, é profunda e estupidamente católico: reproduz fielmente o imaginário bíblico católico apostólico romano: recompensa do céu para quem tem bons actos e castigo do inferno para quem não tem. Todavia, como noutros filmes afins, as personagens bíblicos são de moralidade duvidosa. Se tal não espanta para Lúcifer e os seus acólitos, já o faz para o anjo Gabriel (representado por uma senhora: os anjos não têm sexo, não é?).
Alterna entre o efeito especial elaborado (o inferno, algumas cenas de violência e as “paragens no tempo”) e a simplicidade de receitas esotéricas na passagem pelo inferno: ter os pés debaixo de água ou o corpo todo para não se queimar quando se entrar nas terras de Satanás. Constantine é um anti-herói. Espécie de exorcizador discreto e muito senhor de si, luta e orienta a sua vida, afinal, por um lugar no céu. Quase o consegue enganando Lúcifer. Não o porfiando, atinge aquilo do qual já se tinha resignado: a total limpeza de uns pulmões cancerosos pelo fumo do tabaco que lhe davam meros meses de vida pelo três maços de tabaco diários. E esta é uma mensagem moral mais ou menos explícita no filme: os malefícios do tabaco, mesmo para quem conhece os cantos da casa do céu e do inferno, sobretudo do segundo. Goste-se ou não de “Constantine”, julgo não se consegue ficar indiferente…
3 Comments:
Agora és um crítico de cinema, meu rapaz? :)
Nelson
Ainda não vi. Acho que me convenceste :)
A.P.
Não faças comparações com o Matrix, Paulo. Este Constantine está a anos-luz
David
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