sábado, janeiro 08, 2005

Misóginia e intelectualismo machista…

Comentários ao último post mas, sobretudo, mensagens electrónicas recentemente chegadas dão conta de que eu seria uma espécie de misógino ou “machista intelectual”.
Os meus/minhas acusadores/as acusam-me de ser pouco respeitador com as vítimas de violência doméstica em particular e com as mulheres em geral. Não foi essa a minha intenção quando redigi o post anterior. Ele pretende ilustrar, de uma forma (pretensamente) cómica uma determinada moral cuja mensagem é escamoteada na actualidade quando se aborda o assunto do post.

Quero comunicar aos/às minhas/meus acusadores/as que nunca tive intenção de ferir a susceptibilidade de quem quer que seja muito menos das mulheres e ainda menos das vítimas de violência doméstica. Se o fiz inadvertidamente peço as mais sinceras desculpas…

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não fui um dos acusadores mas se calhar contribui para isso.
Nelson

janeiro 08, 2005 10:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Há uns anos atrás, trabalhei na Associação de Apoio à Vítima e tive a oportunidade de acompanhar alguns casos dramáticos de violência doméstica (invariavelmente sobre mulheres). Desde essa altura, fiquei com muito pouca vontade de fazer - e ler - humor sobre esse tipo de situações. Não se brinca com certas coisas - são demasiado sérias. Desculpe a franqueza, mas achei de péssimo mau gosto a sua entrada anterior!
DK

janeiro 08, 2005 10:59 da tarde  
Blogger saltapocinhas said...

Queria só responder à (?) DK que a situação que o Paulo caricaturou, e muito bem, também existe. Claro que infelizmente é mais vulgar a violência em cima das mulheres e sem motivos nenhuns...Mas a situação que ele focou também existe, eu conheço pelo menos um caso! E também não deixam de ser vítimas!

janeiro 09, 2005 1:18 da tarde  
Blogger Chris Kimsey said...

A DK costuma elogiar os meus post's. Por tal, e nem era preciso isto, está acima de qualquer suspeita quando critica um deles. Está no seu direito e reconheço-lhe legitimidade embora lamente que lhe tenha causado desagrado. E se já cooperou em funções semelhantes mais legitimidade lhe reconheço na sua crítica. Vamos lá a ver:

1. o que eu queria era, primeiramente, parodiar a necessidade/pertinência da existência de um "Gabinete de Apoio ao Agressor"!! Para quê? Mas posso, inadvertidamente, estar a ser preconceituoso de novo... também queria sustentar que estes casos, não frequentemente, há rigor na apreciação/investigação dos casos. Repararam que os agressores são homens (polícias) bêbados? Ou também haverá um preconceito contra as forças policiais? Haveria, então, um qualquer que fosse a profissão que eu escolhesse...;

2. eu sei que estatisticamente (e realmente) as mulheres são muito mais vítimas de violência doméstica de homens (maridos ou não) do que o oposto: não é só uma questão de força física: é um problema cultural numa sociedade dita de "brandos costumes". Desde cedo a criança-rapaz é educada, implicita e inerentemente, para um machismo indelével... mas a realidade é indesmentível: as mulheres são, de facto, mais vítimas da violência, doméstica ou não...;

3. participei, na Faculdade numa campanha de sensibilização contra o estereótipo implicito nos formulários da secretaria que invariavelmente só pediam o nome do pai. Fui o único homem num grande grupo de mulheres e desenhei o logotipo que era um homem "grávido" para demionstrar o ridículo da situação;

4. fui troçado e crucificado pelos homens (e algumas mulheres...) do meu sindicato quuando pedi, publicamente, que se femininizassem as designações das categorias docentes ("professOR-associadO Fátima", "professOR-AdjuntO Maria", etc.;

5. Concordo com as teses da magnifica filósofa francófona Evelyn Sullerot quando refere que a tendência natural de "ter" de ser a mulher a cuidar dos filhos quando desses cuidados eles precisam, ser um mito alimentado por séculos e séculos de patriarcado. Tenho um artigo numa revista sobre isso;

6. e já agora, salta-pocinhas, diz no post anterior "(...) há muitos casos de mulheres que fazem tudo pela casa e pelos filhos(...)". Sei disso: vivo, solteiro, há 18 anos com uma (e a mesma) delas. E temos um filho com 21 meses dela ;-D

Grande abraço às duas e um pedido de desculpas à Daniela, por quem tanta consideração tenho.

Paulo Lopes

janeiro 09, 2005 1:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ó Paulo, 'tá desculpado! O meu reparo era só mesmo em relação ao teor do 'post' anterior, que me parece (demasiado) ambíguo. Quanto ao resto, cá continuarei sempre a ler e a comentar o Acontecencias com todo o interesse. E a minha consideração por si mantém-se. :)
DK

janeiro 09, 2005 2:08 da tarde  
Blogger Chris Kimsey said...

Obrigado, DK. Fico muito reconfortado. Até me sentia mal por a ter desiludido. ;_(. Grande abraço!

janeiro 09, 2005 4:21 da tarde  

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