sábado, março 20, 2004

Diálogo com os terroristas?!

Mário Soares tem-nos habituado a alguns disparates ultimamente. Terá dito "se foi Usama Bin Laden o responsável pelo atentado às torres, os Estados Unidos devem falar com ele" e que com o diálogo com a Al Quaeda poder-se-ia provocar uma paz tal como aquela "que aconteceu nos países africanos logo após a nossa descolonização do Ultramar". Mas o homem estará doido? Saberá o que diz?! A sua contenda com o Paulo Portas (outro que não me inspira nenhuma confiança mas que tem demonstrado ser mais ponderado nas declarações) revela também sinais destas declarações inusitadas. O PS não quer comentar. Se o pudesse diria "Mas como é que a gente o faz calar? A gente não sabe...".

A verdade é que Mário Soares pensa que é alguém que já atingiu um estatuto que lhe permite dizer qualquer disparate e assumir que é credível. A verdade é que o "patriarca" do Partido Socialista é irreflectido, vaidoso, demasiadamente orgulhoso e... senil. Estará com a doença de Alzheimer? Não lhe desejo tal mas parece-me uma possibilidade a sondar. Estaremos a criar um "Berlusconi à portuguesa"? Estaremos assim tão carentes de verdadeiros lideres de opinião que não nos resta senão ouvir as bujardas de um velhote impróprio que se alarva em impropérios na comunicação social? Por favor... alguém cale esse homem...

sexta-feira, março 12, 2004

Solidariedade com Espanha: o terrorismo é bárbaro seja a Al Quaeda, Eta ou "AlQuaEta"

O recente ataque terrorista em Madrid vem demonstrar que a segurança, por mais meios a que recorra e por mais tecnologicamente avançada que seja, nunca é absoluta. Longe disso. Quer se trate da Al Quaeda, da Eta ou de uma "Al QuaEta" qualquer, não há nada que justifique a matança indiscriminada de inocentes à guisa de um princípio qualquer de auto-determinação ou de vingança santa.

Actualmente, junto a um terrorismo de Estado (que encontra nos EUA e em Israel os seus mais "legitimos" praticantes, devemos recear um terrorismo calado, silencioso e sangrento que pode ocorrer em qualquer lugar. Ou melhor, pode ocorrer em qualquer lugar que encontre grandes massas de população concentradas num espaço reduzido. Os terroristas visam matar muita gente ao mesmo tempo. Paradoxalmente, as manifestações de repúdio face aos atentados vêm, justamente, encontrar eco nas pretensões dos autores dos atentados: por mais que se repudiem e condenem as acções terroristas, demonstram, pela população que adere, o impacto que tiveram. Por outras palavras: conseguem a publicidade que pretendem, logram atingir a propalação de terror que ambicionam e são, geralmente, bem sucedidos na passagem da mensagem.

Tudo isto não invalida o repúdio. Pelo que deixo aqui uma mensagem de solidariedade com os cidadãos e cidadãs espanhois: coragem, não se deixem intimidar e não procurem bodes expiatórios internamente. O fenómeno é global e merece um tratamento global.

quarta-feira, março 03, 2004

Avantesma, alimária e tudo o mais até à letra Z

O recente comportamento daquele indecoroso senhor que está à frente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses e a tradição a que ele nos tem habituado revela-nos que qualquer burgesso, com algum apoio e algum dinheiro pode ocupar um lugar de relevo em cargos dirigentes centrais, regionais ou locais no nosso país. Como ele há muitos, embora menos espalhafatosos. Veja-se o presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, a ex-presidenta da Câmara Municipal de Felgueiras, Fátima Felgueiras, e a secretária de Estado da Educação, Mariana Cascais. Junto da avantesma do Marco de Canaveses, a expectativa quando se ouve estas personagens é que saia asneira com alto grau de certeza. Em Portugal é assim: em alguns circuítos há o "quero, posso e mando" e quem contraria esta política e esta filosofia está sujeito a retaliações da mais variada espécie. Também os temos na direcção de Universidades e Institutos Politécnicos. Eles decidem quem tem emprego, renovação e/ou promoção do mesmo, eles decidem quem tem quais e quantos subsidios, eles decidem quais as benesses que os seus correlegionários irão auferir. Por vezes rodeiam-se de "jagunços" modernos que dão voz às suas "exigências" e preferências.

Em Itália, não obstante, encontramos o expoente máximo desta "selecção natural": Silvio Berlusconi vem-nos provar que as alimárias já ocupam o cargo de primeiro-ministro.

No caso do Marco de Canaveses, o Sr. Ferreira Torres domina a seu bel-prazer o concelho. Enriquece-se à custa de negócios obscuros entre a Câmara a que preside e algumas empresas imobiliárias que são suas mas em nome de parentes próximos. A alimária nem sequer se esforça para esconder os seus imóveis chamando, inclusive, a comunicação social para mostrar os seus pequenos impérios imobiliários. Porventura poderão ter acabado as possibilidades de expansão imobiliária à custa dos negócios camarários ou estarão perto disso. Daí que o "todo-poderoso" esteja a pensar em migrar para a Câmara de Amarante para lá, ainda relativamente desbravada em termos de imóveis virgens, poder expandir o seu império. Os amarantinos, espero, saberão, na altura, ser inteligentes para evitar tal contaminação. A avantesma também parece estar imune à justiça: os processos e queixas acumulam-se e o senhor ri-se dos mesmos. E se algum dia a justiça se lembar de o condenar, não lhe faltarão recursos para emigrar para um país qualquer onde a extradição não seja possível.

Porém tenho esperança: Abilio Curto acabou, depois de ter esgotado os recursos possíveis, por ser condenado e a prisão, se já não aconteceu, estará na iminência. Ferreira Torres não poderá safar-se indefenidamente...

Ad perpetuam rei memoriam